A Agência de Energia do Porto (AdEPORTO) vai receber 600 mil euros da Comissão Europeia e 1 milhão e 500 mil euros dos seus 23 associados, dos quais a Câmara do Porto (CMP) tem a maior percentagem (54,07% do total) sem contar com o investimentos de parceiros. A agência, que vai definir a estratégia energético-ambiental do Porto, pretende também financiar projectos externos.

A AdEPORTO nasceu há três meses e até 2020 pretende reduzir as emissões de CO2 no Porto de 5,3 toneladas “per capita” para 3,5. Os objectivos e linhas de acção da AdEPORTO para 2007-2010, foram apresentados hoje, terça-feira, na Biblioteca Almeida Garrett.

Aumentar o uso das energias renováveis, reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e promover a eficiência energética são três metas dentro de uma meta cujo impacto vai ser avaliado ao longo dos anos. É “uma luz que está lá longe”, reconheceu o presidente da associação, Eduardo de Oliveira Fernandes.

A grande ambição é que “a agência esteja no caminho crítico do processo de decisão”, com intervenção em dois pontos principais, edifícios e transportes, as duas maiores fontes de emissões.

Oliveira Fernandes considera que é possível alcançar os objectivos apresentados com a colaboração essencial dos cidadãos.

O presidente da CMP, Rui Rio, referiu que a câmara quer aproveitar todas as potencialidades da agência para que seja possível reduzir em 30% as emissões de carbono.

“Combater” as mudanças climatéricas

Pedro Ballesteros, da Comissão Europeia, sublinhou que os objectivos propostos são difíceis de ser atingidos. É importante traçar objectivos contra as mudanças climatéricas, sem que se “perca qualidade de vida e um desenvolvimento económico sustentável”, demonstrou.

A redução de consumo energético “tem de ser levado a cabo por todos”, disse, colocando em prática três instrumentos: a legislação, os programas das agências de energia e a comunicação que deve ser levada a cabo “por actores locais credíveis”.

“Generalizar os painéis solares”

Os resultados preliminares da Agência de Energia mostram que os edifícios (58%) e os transportes (32%) são responsáveis pelos principais gastos energéticos no Porto. A cidade apresenta gastos elevados de electricidade – 56% relativamente aos 40% nacionais. O consumo “per capita” no Porto é de 1,8% face ao total nacional.

Eduardo de Oliveira Fernandes referiu a necessidade de se substituir a electricidade pelo gás natural. Defendeu que, tendo em conta que a água quente é o maior gasto na habitação, é necessário “generalizar os painéis solares”. Portugal tem cerca de 300 mil painéis, enquanto a Áustria tem mais ou menos 300 milhões, lembra o presidente.

A agência quer ainda intervir na diminuição dos gastos na iluminação pública, através de auditorias a edifícios municipais e numa procura de sistemas mais eficientes.