As forças do Hamas proclamaram o controlo da Faixa de Gaza, depois de tomarem esta sexta-feira o complexo presidencial e os últimos bastiões que estavam sob controlo da Fatah, e levaram a cabo uma série de prisões e execuções de oficiais dessa facção.

Os combates entre as tropas do Hamas e a Autoridade Palestiniana, controlada pela Fatah, já se arrastam há quase uma semana, nesta zona territorial autónoma da Palestina, e já causaram 113 mortos.

O primeiro-ministro palestiniano, Ismail Haniyeh, do Hamas, afirmou esta madrugada que a dissolução do governo decretada ontem pelo presidente israelita, Mahmoud Abbas, foi precipitada.

De acordo com a Reuters, os Estados Unidos da América, a União Europeia, a Rússia e as Nações Unidas apoiam incontestavelmente Mahmoud Abbas e vão reactivar a ajuda financeira ao presidente palestiniano e ao governo provisório.

Proclamado estado de emergência

Abbas proclamou o estado de emergência na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e formou um governo provisório (chefiado pelo ministro das Finanças, Salam Fayyad) até se poderem realizar eleições.

Um porta-voz do movimento islamista afirmou, quinta-feira, que estas iniciativas do presidente israelita provam que nem ele nem a Fatah querem resolver os problemas na Palestina. De acordo com a Reuters, Haniyeh declarou que nenhuma decisão interna se concretiza “sem acordo nacional”. Disse ainda que não é intenção do Hamas criar um estado na Faixa de Gaza.

Governo durava desde 2006

O governo de união nacional foi criado em Março de 2006 por iniciativa de Mahmoud Abbas, de forma a recuperar a ajuda internacional. Esta foi suspensa em Fevereiro desse ano, por causa da recusa do Hamas, que vencera as eleições legislativas, em reconhecer Israel.

Os conflitos já provocaram a fuga de mais de duas centenas de palestinianos (alguns deles activistas da Fatah) para o Egipto, através do posto fronteiriço de Rafah, que já foi tomado pelo Hamas.