O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, comprometeu-se, esta segunda-feira, a libertar 250 prisioneiros palestinianos. “Um gesto de boa vontade”, para Olmert, que fez o anúncio na cimeira de de Sharm El-Sheik, com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, e com os líderes da Jordânia e do Egipto.

Os prisioneiros libertados têm de se comprometer a não se envolverem em actos de violência. De acordo com a BBC, Israel detém mais de 10 mil prisioneiros palestinianos, muitos deles sem nenhuma acusação.

Ehud Olmert mostrou-se disponível para retomar as conversações de duas semanas, promovidas pelos EUA. “Estou optimista acerca da oportunidade que foi criada para avançar seriamente com o processo de paz na região. Não tenciono deixar esta oportunidade escapar”, declarou.

O líder palestiniano, que classificou a tomada de Gaza pelo Hamas, há mais de uma semana, como um “golpe sangrento”, exigiu que as construções de colonatos israelitas em territórios palestinianos parassem imediatamente, assim como do muro que Israel está a construir através da Cisjordânia, para proceder às negociações.

Embargo económico mantido sobre Gaza

No domingo, o governo israelita declarou que ia libertar cerca de 700 milhões de dólares em impostos do governo palestiniano. Os fundos tinham sido congelados em Janeiro do ano passado, aquando da chegada ao poder do movimento islamista Hamas, que recusa reconhecer Israel. A União Europeia e os EUA também já levantaram o embargo financeiro.

No entanto, segundo informações da Reuters, o embargo não será levantado na Faixa de Gaza. Bens essenciais como medicamentos e comida continuam a escassear no enclave palestiniano, já que Israel se recusa a abrir a passagem fronteiriça de Karni, para permitir a passagem de mais camiões de ajuda humanitária.

“Não há [mantimentos] suficientes a entrar. Esperemos que no fim da semana já seja possível, mas é uma tarefa bastante ambiciosa”, explicou Kirsty Campbell, coordenadora de emergência do Plano Alimentar Mundial no local.

Vários organizações humanitárias manifestaram-se contra o não levantamento do embargo em Gaza e afirmam que este acto pode levar a uma maior radicalização dos palestinianos residentes no enclave. Jeremy Hobbs, da Oxfam, defende que “reter ajuda humanitária como forma de luta política está a trazer sofrimento para uma população inteira. Isto envergonha a comunidade internacional”.