O presidente da Águas do Porto, Poças Martins, desvalorizou, esta sexta-feira, as declarações da vice-presidente da Associação da Bandeira Azul (ABAE), Teresa Goulão, que considerou impossível o Porto ter praias com esse galardão em 2008.

Após seis das 20 semanas de controlo utilizadas pelo Instituto da Água para classificar, “todas as praias do Porto estão muito melhor do que em anos anteriores, em condições de virem a ser classificadas como zonas balneares e, por enquanto, ainda em condições de poderem ser candidatas a Bandeira Azul em 2008, situação que antes seria impensável”, lê-se num ponto de situação distribuído aos jornalistas.

As análises do Instituto da Água indicaram, no período de Junho a 18 de Julho, má qualidade da água nas praias de Gondarém e Castelo do Queijo, nomeadamente a existência de valores muito elevados de coliformes e estreptococos fecais.

Segundo a Águas do Porto, os maus resultados explicam-se pelas “condições meteorológicas excepcionais, de verdadeira tempestade” desses dias, “cujos efeitos se estenderam a quase todas as praias do país”.

“Esses resultados anómalos e não representativos deverão ser eliminados nos processos de classificação e de eventual candidatura a Bandeira Azul”, refere o documento.

“Optimismo moderado”

A empresa municipal “reafirma que continuará a trabalhar o difícil mas alcançável objectivo de conquistar, no mais curto espaço de tempo possível, Bandeira Azul em todas as praias do Porto”.

Na apresentação do projecto “Ribeiras do Porto“, Poças Martins aproveitou para mostrar “optimismo moderado” quanto aos objectivos da autarquia: classificar todas as praias do Porto como zonas balneares em 2008 e, logo que seja possível, candidatá-las a Bandeira Azul.

Para uma praia ser classificada como zona balnear, é necessário que pelo menos 95% das análises do ano anterior (entre Maio e Setembro) sejam “aceitáveis” ou “boas”. Só é admitido um resultado “mau”, que pode vir a acontecer se a chuva regressar com força, reconheceu Poças Martins, que sublinhou, porém, que isso é normal em praias urbanas.

Lembrou, contudo, que “nada impede hoje que as praias do Porto possam ser todas candidatas a Bandeira Azul”, um galardão que, para além de outros critérios, exige que das 20 análises anuais, 16 indiquem qualidade da água “boa”, não mais de quatro “aceitável” e não mais do que um resultado mau”.