O “declínio acentuado“ da região Norte tem culpados, mas eles estão não estão no actual Governo socialista. A convicção é do presidente da Federação Distrital do Porto do PS, Renato Sampaio, que propõe que as forças da região se envolvam num projecto “mobilizador”, à semelhança do que foi o Metro.

“Existem muitos projectos municipais, faltam projectos intermunicipais”, afirmou, numa conferência de imprensa para destacar o conjunto de investimentos recentes ou programados para a região.

Para encontrar o tal “projecto mobilizador” que falta ao distrito, a federação socialista vai fazer o “levantamento das necessidades” de cada concelho, um processo encabeçado por João Paulo Correia.

Promete ainda um debate interno a que se seguirá uma discussão externa aberta a todas as “forças vivas” do distrito. “Temos que acabar com o discurso miserabilista e temos que começar a pensar que não podemos estar sempre a perguntar ao Estado o que pode fazer pela região”, afirmou o líder distrital.

Estradas e acessibilidades, transportes e comunicações, saúde, segurança social, educação, ambiente, ordenamento do território, justiça e economia foram áreas destacadas por Renato Sampaio para defender que o Governo tem apoiado a região e o distrito.

“Acto de profunda hipocrisia”

O presidente da federação distrital do PSD, Agostinho Branquinho, considera que o balanço feito pelos socialistas foi um “acto falhado de profunda hipocrisia e mentira”. “Não há uma única obra neste momento em execução no distrito do Porto. O que existe são ‘powerpoints’ e anúncios sucessivos. Nunca houve tanta propaganda como agora”, referiu ao JPN, desafiando Renato Sampaio a identificar uma obra no terreno.

Por seu lado, o PS Porto diz que a região tem hoje uma “a melhor rede rodoviária do país”, um Porto de Leixões “altamente competitivo”, um aeroporto “de excelência”. O caso do Metro do Porto, que “estava encravado” e que o Governo socialista “colocou nos carris”, exemplifica a linha de raciocínio geral de Renato Sampaio, que aponta críticas às autarquias do distrito, hoje maioritariamente do PSD.

Para Agostinho Branquinho, as críticas do dirigente socialista são um “descaramento político” porque “o que falta às autarquias é o dinheiro que este Governo roubou com a nova lei das finanças regionais”. “Não faltam projectos metropolitanos”, falta é “capacidade de execução”. “Este é o Governo mais centralista desde o 25 de Abril”, remata.