A defesa de um traçado de alta velocidade que beneficie as cidades do Norte de Portugal e da Galiza será umas linhas de acção prioritárias dos dois anos de mandato de Luís Filipe Menezes à frente do Eixo Atlântico.

O presidente da Câmara de Gaia, que preside desde 29 de Junho esta associação de municípios do Norte de Portugal e Galiza, quer reunir-se em Setembro com o Governo para defender uma “boa solução” para a alta velocidade.

“A altíssima velocidade será adversária de cidades como Braga e Famalicão. A [ferrovia de] alta velocidade é um projecto importante para alguns equipamentos como o Aeroporto Francisco Sá Carneiro”, exemplificou ainda Menezes, durante a Assembleia Geral do Eixo Atlântico, esta terça-feira, em Gaia.

A organização, que agrupa 28 cidades (14 da Galiza e 14 do Norte de Portugal), tem como “objectivo fundamental” “tornar-se cada vez mais num lóbi político poderoso na defesa” dos municípios junto dos governos português, galego e espanhol, mas também da União Europeia, que reconheceu como parceiras as associações de municípios transfronteiriços, afirmou o presidente da Câmara de Gaia.

Capital da Cultura do Eixo Atlântico

Menezes propõe que, depois do Verão, entrem três cidades portuguesas e outras tantas galegas. O novo alargamento será feito antes da revisão dos estatutos, a que obriga o reconhecimento pela UE deste tipo de associações e que implicará que os seus novos membros sejam aprovados pelos governos. A prioridade deverá ser dada aos municípios do interior – Lamego e Miranda do Douro são possibilidades.

A associação, criada em 1992, quer apostar mais em iniciativas como os Jogos do Eixo Atlântico, que arrancaram esta terça-feira, e pode vir a instituir uma cidade Capital da Cultura do Eixo Atlântico.

São eventos que “ligam ao nível das populações, associações empresariais, agentes culturais e educativos as duas regiões”, disse Menezes, que vai propor ainda a criação de fóruns anuais (um em Portugal, outro na Galiza) de discussão política.

Novos membros

Esta terça-feira, em Assembleia Geral, foram ratificadas as entradas de 10 novas cidades: as galegas Carballo, Vivieiro, Lalín, Verín e Barco de Valdeorras e as portuguesas Matosinhos, Vila do Conde, Mirandela, Barcelos e Famalicão.

As cidades vêm juntar-se a Braga, Bragança, Chaves, Guimarães, Peso da Régua, Porto, Vila Real, Viana do Castelo e Vila Nova de Gaia, do Norte de Portugal, e a Corunha, Ferrol, Lugo, Monforte de Lemos, Ourense, Pontevedra, Santiago de Compostela, Villagarcia de Arousa e Vigo, que já pertenciam ao Eixo Atlântico.