Chama-se “Izaro Grey” e vai estar, pelo menos durante três anos, em diversas empresas do Grupo I68, grupo espanhol com mais de 500 clientes e que opera em diversos mercados. O “software”, que sequencia e optimiza a produção industrial, foi desenvolvido pelo INESC Porto.

O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto assinou na semana passada um protocolo com o Grupo I68, especialista em programas de “software” de gestão, que já vendeu a tecnologia a empresas como a Tetra Pak e registou vendas de 12 milhões de euros em 2006.

“O grupo tem já uma carteira de clientes no mercado ibérico muito consolidada”, afirma Correia Alves, coordenador da equipa da Unidade de Engenharia e Sistemas de Produção do INESC Porto. Entre as empresas do I68, está a portuguesa Softi9, que coproduziu o “Izaro Grey”, desenvolvendo a interface gráfica.

Ferramenta “inteligente”

A ferramenta permite programar as ordens de fabrico em funções dos critérios específicos de cada empresa. O seu algoritmo “inteligente” “encontra a melhor solução”, escalonando com rapidez e eficácia um grande número de operações, acrescenta o investigador.

A colaboração entre o INESC Porto e o Grupo I68 começou no final de 2005. Com o protocolo, o instituto garante a actualização do “software” durante três anos. Correia Alves acredita que o “Izaro Grey” tem “capacidade para concorrer” em todo o mundo. “Em Portugal, e não só no INESC Porto, existe capacidade de conhecimento e realização capaz de competir no mercado internacional”, refere.

A ferramenta esteve presente na última CeBIT – Feira Mundial da Tecnologia de Informação, Telecomunicação, Software e Serviços, em Março, e recebeu o Prémio Leonardo da Vinci da 3.ª Edição do Concurso de Inovação, em 2006.

Envolver as empresas

O rumo que o “Izaro Grey” teve – dos laboratórios para o mercado – é o mais recente exemplo da estratégia prioritária do INESC Porto: “envolver os destinatários [as empresas] o mais cedo possível”, desde a ideia até ao produto, explica Alexandra Xavier, coordenadora da Unidade de Inovação e Transferência de Tecnologia, criada em Janeiro. “Não faz sentido estar a criar novas empresas se já houver. O INESC Porto prefere transferir tecnologia”.

“Potenciar o aparecimento de resultados que possam ser valorizados” no meio empresarial ou que “alimentem outros projectos” é um dos objectivos da unidade, que serve de interface do instituto com o mercado. Entre as empresas surgidas no INESC Porto estão a Fibersensing e a Neoscópio.