O “perigo de desagregação” das instituições mantém-se na versão final do regime jurídico do ensino superior, aprovada quinta-feira pela maioria socialista, considera o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), apenas parcialmente satisfeito com as alterações feitas pelo grupo parlamentar do PS à reforma de Mariano Gago.

O texto final “não afasta o perigo de desagregação de uma universidade, não se antevendo uma fórmula de governo capaz de assegurar a coesão do consórcio”, afirma o CRUP em comunicado, referindo que o artigo 55º autoriza o Governo a proceder à cisão das actuais universidades pública.

Segundo os reitores, mantém-se a “excessiva rigidez de um modelo único” para as instituições. São “particularmente sensíveis” o fim do Senado universitário e o processo de escolha do reitor, apesar de os deputados do PS terem aprovado a eleição por voto secreto pelos membros do Conselho Geral em vez da designação, como era proposto pelo Governo.

O órgão presidido por Seabra Santos aplaude a possibilidade de os actuais reitores cumprirem os seus mandatos até ao fim, já que considera que o contrário levaria à “ingovernabilidade no período transitório” de mudança dos estatutos das instituições.