A Câmara do Porto vai lançar dois projectos-piloto em escolas da cidade que façam das tecnologias digitais recursos fundamentais na aprendizagem, anunciou o vereador da Educação, Vladimiro Feliz, esta segunda-feira, na Assembleia Municipal.

O programa, que servirá para testar se este modelo é vantajoso, será monitorizado por Roberto Carneiro, ex-ministro da Educação do Governo de Cavaco Silva e consultor de organizações internacionais como o Banco Mundial, UNESCO, OCDE, Conselho da Europa e União Europeia.

O vereador anunciou ainda que a CMP quer ter, a breve prazo, “escolas em pleno”, que funcionem das 8h00 às 20h00. Até ao final de 2008, a autarquia pretende generalizar o recurso a quadros interactivos que substituam os tradicionais. Objectivo: ter “escolas do século XXI”.

Carta Educativa ratificada

Durante a tarde, numa Assembleia Municipal que prometia estender-se pela noite fora, os deputados do PSD e do CDS-PP elogiaram a Carta Educativa, considerada por Vladimiro Feliz como um “documento estruturante” e sinal de um “verdadeiro compromisso da cidade com a educação”.

O PS prometeu abster-se na votação marcada para as 23h30, argumentando que o documento é “suficientemente medíocre”. Com a abstenção, os deputados socialistas evitam comprometer eventuais candidaturas ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

O ponto mais sensível foi, previsivelmente, o do encerramento da escola primária do Aleixo. A CDU alertou para o risco de votar ao “ostracismo” o bairro do Aleixo ao encerrar o “único estabelecimento com algum aspecto cultural” na zona. Vladimiro Feliz contrapôs: “Não podemos hipotecar o futuro de uma geração”.