É a primeira retrospectiva fora de França da obra de François Dufrêne e, ainda por cima, é talvez a mais completa de todas. Abre sexta-feira, às 22h00, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Ao mesmo tempo, arranca também uma exposição colectiva de fotografia, com obras da colecção da Fundação de Serralves. Ambas estarão patentes até 14 de Outubro.

Dufrêne (1930-1982) é um “artista fundamental da segunda metade do século XX”, refere ao JPN João Fernandes, director do Museu de Serralves e comissário da exposição ao lado de Guy Schraenen. A obra do francês caracteriza-se pela utilização preferencial de suportes efémeros, como cartazes que arrancava das paredes e que compunha “como se fossem quadros”.

A mostra junta pela primeira vez os cartazes rasgados por Dufrêne com o seu trabalho sonoro e fílmico. Fez parte da corrente letrista e dos novos realistas franceses, mas “soube sempre assumir uma grande singularidade dentro desse contexto”. Para além de artista visual, foi poeta e “diseur”, procurando um “novo tipo de poesia baseado no som”.

“Entrar na Obra, Estar no Mundo: A Fotografia na Colecção da Fundação de Serralves” reúne obras produzidas desde a década de 1970 por artistas portugueses, como Jorge Molder e André Gomes, e estrangeiros, como Roni Horn (entre elas está “Some thames”, de 2001).