O incêndio nas Canárias é o “maior desastre ecológico” da história do arquipélago, afirmou o presidente do governo local, Paulo Riviero. “O vento amainou ligeiramente hoje [terça-feira] de manhã mas a situação ainda é bastante complicada”, revelou.

O incêndio começou sexta-feira e desde ontem, segunda-feira, destruiu 14 mil hectares e obrigou 5.700 pessoas a serem desalojadas. Ao todo, já arderam 24 mil hectares de floresta e dezenas de casas. O presidente já declarou que as pessoas vão receber “apoios adicionais” devido aos danos causados pelo fogo.

Na ilha de Tenerife existem ainda três frentes que estão a ser combatidas pelos bombeiros, mas a orografia das ilhas está a dificultar os trabalhos. O combate ao incêndio está a ser feito principalmente por meio aéreo. No entanto, “quando o vento é forte a capacidade de acção pelo ar é muito menor”, explicou o presidente.

O centro da Gran Canaria é neste momento a situação mais preocupante. Mais de 3.200 pessoas tiveram de ser retiradas durante a madrugada da localidade. Os bombeiros temem agora que as chamas afectem o município vizinho de Santa Lúcia. O governo canário já solicitou um reforço dos meios ao governo de Madrid.

Na zona de Fataga, 65% do centro zoológico e botânico de Palmitos Park foi destruído e 60% das espécies animais e vegetais foram afectadas. A população da zona teve de ser desalojada.

O incêndio foi provocado por um guarda-florestal que se encontrava descontente por não ter o seu contrato de trabalho renovado. Juan Antonio N.A., 37 anos, confessou o crime à polícia e está detido em prisão preventiva desde segunda-feira por delito contra o meio ambiente.