Uma semana depois das acções de fiscalização, poucos dos bares e discotecas do Porto encerrados pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) devem arriscar abrir as portas este fim-de-semana.

É o caso do Plano B, um dos 13 bares fechados pela ASAE no passado fim-de-semana. O estabelecimento da rua Cândido dos Reis vai continuar fechado por falta de licença de venda de bebidas alcoólicas, afirmou Filipe Teixeira, um dos proprietários.

O responsável afirmou que o processo está a ser tratado na câmara e que pretende reabrir o bar para a semana. Até porque os prejuízos já são muitos. “No mês de Agosto estivemos fechados, a renda é muito elevada, a manutenção é cara e temos 30 pessoas a trabalhar”, conta.

O Triplex, também encerrado pela ASAE no fim-de-semana passado, vai abrir esta noite, disse uma trabalhadora do bar da Avenida da Boavista, ao JPN.

Os bares Arrasta o Pé, Sublime, Quando Quando, Academia, Brasília Clube, Barril, Saloon e Slade, Penthouse e Prioridade também viram a sua actividade suspensa, bem como a discoteca Via Rápida. Durante a tarde de sexta-feira, não foi possível saber se iriam abrir este fim-de-semana.

Críticas à actuação da ASAE

A Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP) esteve ontem reunida com a ASAE em Lisboa para debater questões como o assassínio de Aurélio Palha, dono da discoteca Chic, e o “modus operandis” da ASAE e da PSP no fecho das cerca de 13 discotecas e bares no passado fim-de-semana, que merece críticas por parte do presidente da associação, António Fonseca.

O “timing” do fecho dos estabelecimentos nocturnos “não foi o mais adequado devido à onda de violência”, considera. Segundo António Fonseca, a ASAE respondeu que as acções de fiscalização já tinham sido planeadas há vários dias.

António Fonseca já tem também uma reunião agendada para o próximo dia 20 com o Comandante Metropolitano da PSP para clarificar a situação do encerramento dos bares. Objectivo: “repor a honestidade dos bares do Porto”.

A nova lei de funcionamento dos estabelecimentos nocturnos saiu a 19 de Junho e entrou em vigor 30 dias depois. O presidente da ABZHP queixa-se do período de aplicação da nova lei por ser “altura de férias, o que apanhou muitos proprietários desprevenidos”.