Portugal é um dos países em que tirar um curso superior mais compensa. Em média, um licenciado português recebe 80% mais do que um trabalhador que tenha concluído apenas o ensino secundário. É um dos dados de um relatório da OCDE noticiados esta terça-feira pelo jornal “Público”.

Na análise “Education at a Glance 2007“, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) compara vários indicadores relativos aos sistemas de ensino dos 25 Estados-membros da organização. E, se é um facto aplicável a todos os países que o salário e a facilidade em encontrar emprego crescem à medida que aumentam as habilitações académicas, esta relação é “particularmente forte” em Portugal, nota o jornal.

Portugal registou também um aumento significativo no número de inscritos do superior. Na faixa etária entre os 25 e os 34 anos, 19% tem licenciatura. Mesmo assim, o valor ainda está bastante abaixo da média da OCDE (32%).

Apesar dos progressos, Portugal é o país com “maior selectividade no acesso ao ensino superior”, para a qual contribui o baixo estatuto socioeconómico de muitos países. Já em países como a Irlanda, Espanha e Finlândia as habilitações académicas dos pais têm pouca influência no percurso dos filhos.

Ineficácia do sistema

Nos ensinos básico e secundário a despesa com cada estudante aumentou 50% entre 1995 e 2004. Mas no superior a despesa por estudante caiu. O investimento do Estado português em cada estudante do superior é de 6.703 euros, quando a média da OCDE se situa nos 9.613 euros.

Ao todo, 5,4% do Produto Interno Bruto do país é dedicado à educação, mais quatro pontos percentuais do que em 1995. Mesmo assim, graças a vários factores (como as características socioeconómicas dos alunos), o sistema é ineficiente, apresentando piores resultados do que países com menor investimento.