Três em cada 10 portugueses sofre de distúrbios de sono, uma doença ainda pouco conhecida, mas que pode diminuir o rendimento escolar e provocar depressões ou perturbações de ansiedade.

As conclusões são de Eduard Estivill, pediatra e neurofisiólogo responsável pela unidade de Alterações do Sono do Instituto Universitário de Dexeus de Barcelona. As pessoas afectadas “são as mais propensas a doenças, estão sujeitas a perdas de concentração e memória” e “o risco de terem acidentes no trabalho é maior”, explica ao JPN.

O especialista, autor de vários livros sobre a temática, explica que os maus hábitos alimentares, o excesso de horas de trabalho e o abuso de estimulantes “são os responsáveis pela incapacidade das pessoas em adormecerem, o que se reflecte a nível exterior, mas sobretudo a nível psicológico”.

Eduard Estivill refere que os casos mais difíceis de tratar são os infantis. As crianças que dormem menos de 10 horas por noite, na primeira infância, correm o risco de “terem problemas cognitivos e comportamentais quando entram para a escola, mesmo depois de os padrões de sono normalizarem”.

O pediatra concluiu ainda que o fim-de-semana não é suficiente para as pessoas que dormem pouco “recuperarem o número de horas de sono perdido”. “Isso é um estereótipo que a sociedade criou”, afirma.