O alemão Gerhard Ertl, do Instituto Fritz-Haber, em Berlim, venceu o prémio Nobel da Química pelos seus estudos nos processos químicos nas superfícies sólidas. “Criou a fundação da química moderna da superfície”, anunciou esta quarta-feira o painel da Real Academia Sueca de Ciências.
“Gerhard Ertl foi um dos primeiros a ver o potencial” desta área de investigação, nascida nos anos 1960, explica o painel, em comunicado. A química da superfície é “importante para a indústria química e pode ajudar-nos a compreender processos tão variados como por que é que o ferro enferruja ou como é que as células de combustível e os catalisadores dos nossos carros funcionam”.
É ainda importante na produção de fertilizantes artificiais, na indústria dos semicondutores e “pode mesmo explicar a destruição da camada do ozono, já que passos vitais dessa reacção acontecem, de facto, na superfície de pequenos cristais de gelo na estratosfera”.
Prenda de aniversário
Ertl, que é director honorário do Instituto Fritz-Haber, recebeu a notícia no seu gabinete, no dia do seu 71.º aniversário. “Fiquei sem palavras quando recebi a notícia de Estocolmo”, comentou o investigador, que já tinha vencido o prémio Wolf de Química, em 1998.
O alemão vai receber 10 milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de euros). Foi o terceiro Nobel já divulgado, depois dos prémio da Medicina e Física. Os galardões serão entregues a 10 de Dezembro, dia do aniversário da morte de Alfred Nobel.