A Variable Geometry Orquestra apresenta-se esta sexta-feira pela primeira vez na Casa da Música, Porto, às 23h00. Os bilhetes para o concerto, integrado no ciclo “Novas Músicas”, custam 10 euros.
Grupo lisboeta formado em 2000, a Variable Geometry Orquestra (VGO) conta com mais de duas dezenas de músicos e tem como principal aliado a livre improvisação. É uma orquestra única em Portugal e como há poucas em todo o mundo.
O grupo é dirigido por Ernesto Rodrigues, violonista e violista, que leva na bagagem o contacto íntimo com a música contemporânea, free jazz, livre improvisação e com a música improvisada. O músico também está à frente de projectos como a editora discográfica Creative Sources, em que o foco principal é a liberdade criativa. Foi nesse selo editorial que saiu “Stills”, triplo CD com gravações de peças ao vivo, editado recentemente.
A VGO não possui um estilo musical definido, mas, como explica ao JPN Ernesto Rodrigues, “tem como raízes o free jazz e a música electrónica”. Sem se encerrar num único fio condutor, a livre improvisação permite aos músicos deixar-se levar pelo fluxo sonoro, sem se preocuparam em seguir uma estrutura exacta.
Numa mistura de sons acústicos e electrónicos, a VGO cria, assim, a sua própria identidade. Ora em grupo, ora isoladamente, os músicos conjugam os instrumentos de sopro, de cordas e de percussões com o som electrónico, formando uma composição inesperada, que varia a cada nova apresentação. Ernesto Rodrigues garante que “não há perigo de resultar num caos sonoro, pois a direcção é feita em tempo real, o que orienta os músicos”.
Em relação aos ensaios, Ernesto revela que apenas ensaiam previamente quando vão tocar estruturas fixas, porque “normalmente a produção é instantânea”. “Tudo acontece no momento!”, assegura. Na VGO, os músicos são livres para fazerem aquilo que sentem no momento, permitindo ao público partilhar a experiência única que é vivida em palco.
Dos vários músicos que se apresentarão na CdM destacam-se, além de Ernesto Rodrigues, Alípio Neto e Nuno Rebelo, que, ao longo dos anos, têm apresentado vários projectos paralelos à VGO, mas relacionados com a improvisação livre.
Noite com músicos portuenses
Esta noite será a primeira vez que a Orquestra de Geometria Variável se apresenta no Porto e também a primeira vez que divide o palco com alguns convidados portuenses, como é o caso do baterista Gustavo Costa.
Embora já tenha tocado com outros membros, a participação na VGO será inédita para o baterista. Gustavo Costa acredita que a improvisação livre depende da inspiração do momento, do saber ouvir os outros músicos e do respeito do espaço individual, para ser possível interagir com os diferentes sons.