Os clientes que visitam a Feira das Moedas do Porto semanalmente são já um público fiel, maioritariamente adulto ou idoso, que procura também transmitir o gosto pelo coleccionismo aos descendentes da família.

O público jovem é ainda reduzido na recolha de diferentes pedaços de história, mas há quem considere que são cada vez mais os que começam a interessar-se por colecções e que não se importam de dormir menos aos domingos para visitar a feira.

Segundo o vendedor Carmindo Domingos, “os jovens vão-se interessando, mas não compram moedas caras. Quando as possibilidades aumentam, mais tarde, é que vão investindo mais”. “Tenho aqui grandes clientes de há 20 anos que começaram assim”, diz. Por isso mesmo, já conseguiu injectar no filho o gosto pela numismática, esperando que mais tarde prossiga a colecção.

Euro ajudou

Há quem defenda que a entrada do euro veio rejuvenescer o coleccionismo. Artur Jorge tem uma banca mais direccionada para euros de todos os países e notou que, desde essa altura, muitas pessoas resolveram iniciar a sua colecção.

“Noto que muitos dos meus clientes são pessoas mais novas que aproveitaram a oportunidade de começar a coleccionar desde o euro. Muitas delas, antes disso, chegavam aqui para iniciar a colecção e acabavam por perder o interesse, devido aos preços muito elevados das moedas mais antigas”, diz o vendedor Artur Jorge, que acredita que tradição não vai morrer.

Pedro tem 22 anos e é um desses novos coleccionadores, que provam a “imortalidade” da numismática. Há um ano atrás decidiu continuar a colecção de moedas portuguesas do pai, e pelo menos de três em três semanas, vem à Feira das Moedas saber novidades.

O JPN percebeu, por entre as bancas da feira, que o coleccionismo não deixa de estar presente no quotidiano de alguns, sobretudo no de adultos e idosos. A maioria dedica-se primeiramente à colecção de moedas, alguns optam apenas pelas notas, e outros ainda complementam com postais, selos, porta-chaves e calendários.