Às 8h30 da manhã desta quinta-feira, centenas de funcionários públicos faziam fila em frente ao hospital de S. João da Madeira para arranjar lugar num dos três autocarros que rumariam a Lisboa. Objectivo: participar numa manifestação convocada pela CGTP no Parque das Nações.

Os três autocarros tinham 180 lugares disponíveis para cerca de 200 pessoas, vindas da cidade, mas também de Espinho, Ovar, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis. Todos faziam questão de seguir viagem para reivindicar direitos perante chefes de Estado e de Governo da UE que se encontram no Pavilhão Atlântico, na cimeira de líderes europeus.

Flexissegurança, aumento da precariedade no trabalho e a redução dos salários levaram milhares à capital. Só do Porto partiram mais de 100 autocarros com mais de cinco mil trabalhadores.

Manuel Bastos, da delegação de Ovar do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Norte, declarou ao JPN: “Mais uma vez fomos enganados com promessas de grandes aumentos e estabilidade no emprego”.

A proposta do Orçamento de Estado para 2008 e a previsão de aumentos de 2,1 % foram a gota de água para estes trabalhadores, que agora dizem-se “descontentes” e afirmam “Basta senhor ministro!”, referiu Manuel Bastos.

Esta greve prolonga-se durante todo o dia na capital e são esperados cerca de cem mil manifestantes.

“Esta greve devia ser muito mais longa, para eles verem que nós fazemos falta”, disse Teresa Moutinho, funcionária da escola EB 2/3 de S. João da Madeira. “Não acredito que esta greve vá resultar, infelizmente”, lamentou.