O nome Salvador Dalí é o suficiente para levar milhares de pessoas a visitar o Palácio do Freixo. De norte a sul do país, as pessoas chegam para ver o artista espanhol. Maria Adelaide e António Inácio vieram de Elvas à procura dos famosos quadros surrealistas. Mas, tal como um outro casal de Braga, dizem-se desiludidos por não encontrarem as grandes obras.

A morar junto à fronteira com Espanha, o casal de alentejanos acompanhou a vida do artista catalão. Através da televisão, ambos conheceram as obras de Dalí, as exposições, todos os passos de um artista que revolucionou o surrealismo, através do seu lado mais místico e profundo. Apesar de tudo, Maria Adelaide e António Inácio afirmam ter ficado surpreendidos com a escultura.

O mesmo dizem Victor Cunha e Severa Marques, dois jovens de Braga. Victor dá como exemplo a escultura de “Perseu”. “Foi a sua grandeza que mais me surpreendeu”, explica o bracarense num tom entusiasta.

Para além da faceta de escultor do artista, “Dalí no Porto” permite ao público visitar também o Palácio do Freixo, um belo exemplar do estilo barroco de influência portuguesa, executado por Nazoni no século XVII.

Os mesmos entrevistados que se disseram desiludidos, por não encontrarem as grandes obras de Dalí, mostraram-se fascinados pela beleza do Palácio. “Foi a primeira vez que aqui vim e adorei”, admite Victor Cunha. No interior do edifício é ainda possível admirar os belos frescos que decoram os tectos, a maioria da autoria do arquitecto italiano.

Do surrealismo ao barroco, os visitantes podem variar entre um olhar atento sobre as obras de Dali e um olhar mais distraído para as paredes e frescos de Nazoni.