A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) vai traçar um diagnóstico da evolução económica da cidade e da Área Metropolitana do Porto desde 1991. O projecto, que estará concluído em Junho de 2008, mas cujos resultados serão conhecidos em Abril, vai servir para ajudar a Câmara do Porto no processo de decisão política.
Será um “diagnóstico com olhos no futuro”, capaz de “antecipar algumas das dinâmicas que vão acontecer num futuro próximo”, explicou esta segunda-feira José Manuel Varejão, coordenador da equipa de quatro investigadores da FEP, aos jornalistas, após a assinatura do contrato entre a faculdade e a autarquia. A câmara financia o estudo com 65 mil euros.
O trabalho vai caracterizar a evolução da base económica do Porto e da área metropolitana desde 1991 até aos dias de hoje (um “período em que ocorrem mudanças muito importantes” nas economias nacional e regional), focando-se nos efeitos que ela teve em matéria de desemprego, afirmou José Manuel Varejão.
Os investigadores vão analisar as estatísticas oficiais e dados administrativos do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, mas ponderam também entrevistar responsáveis de empresas. Com esses dados, pretendem “identificar o contributo de cada factor na evolução do desemprego”.
Meio milhão de portuenses
Para o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, o estudo vai permitir “opinar com outra consistência” e desfazer o que diz serem algumas ideias erradas sobre a situação da cidade. “Não é importante as pessoas que cá dormem, mas as que cá vivem e trabalham”, afirmou. Com este critério, em vez do número de habitantes, Rio conclui que “há cerca de meio milhão de pessoas a viver no Porto”.
Dizer que o Porto está a perder peso no contexto nacional é, para o autarca, um “simplismo errado”. “A vida é feita durante o dia, uma cidade não é um aglomerado de prédios”, rematou Rio, que diz que é no Porto que mais se encontram as capacidades “empregadora e formadora” do Norte.