Qual o papel do Estado no actual enquadramento social português? Foi a esta pergunta que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, procurou responder, esta terça-feira, na sessão de recepção dos novos estudantes de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto.

Diante de uma plateia de estudantes de Jornalismo, Teixeira dos Santos deu uma aula de economia, permitindo ao ministro “trazer ao de cima o que resta de professor”. Deixou a carreira de docente há 12 anos.

“Juros é uma coisa que temos de pagar, porque se um dia o país deixar de pagar os juros, entramos na banca rota”. Foi assim que Teixeira de Santos sublinhou que, apesar do crescimento económico, é preciso continuar com a “dieta de emagrecimento das despesas públicas”. “É importante que a redução seja sustentável e credível”, referiu na cerimónia, que foi transmitida em directo no Second Life.

Reduzir o défice…

Ao longo da palestra, o ministro reforçou a necessidade de prosseguir com a política de rigor e contenção orçamental. “É preciso reduzir o défice para valores aceitáveis. Só assim teremos uma economia robusta e com bases sólidas”, afirmou.

Teixeira dos Santos referiu que uma economia com um “horizonte estável” passa pela “avaliação da administração pública” e das suas competências”. Para o ministro, a aposta na formação e na qualificação de competências profissionais “são essenciais para o dinamismo económico” numa sociedade cada vez mais envelhecida.

… mas com “consciência das dificuldades”

No final do discurso, perante uma plateia de estudantes, Teixeira dos Santos lembrou que são as gerações futuras quem vão sofrer “com os excessos de hoje”. “É preciso termos consciência das dificuldades para que tenham uma economia mais próspera e inovadora no futuro”.

Para 2008, prevê-se que o Orçamento de Estado cresça 2,2%. No entanto, deve manter-se a consciência de que “défices elevados e dívidas elevadas hoje significam impostos mais elevados no futuro”.