Em Janeiro de 2005, ao ouvir a previsão de temperaturas para uma determinada noite (dois graus centígrados), Teresa Olazabal contactou umas amigas e juntas decidiram começar a distribuir cobertores pela rua.

Aquilo que era “uma coisa de amigas” tem vindo a alargar-se a um crescente número de voluntários que organizam inúmeras actividades, entre as quais, uma festa e uma Missa de Natal para acolher os sem-abrigo nesse dia festivo do ano.

Teresa Olazabal deixou de trabalhar para se dedicar inteiramente a esta causa. Todas as últimas quartas-feiras de cada mês, nas escadarias da Igreja da Trindade, no Porto, é improvisado um altar com imagens de Nossa Senhora de Fátima e de Jesus Cristo.

Religião e solidariedade

Entre orações e histórias sobre Jesus, os sem-abrigo podem comer o que a equipa conseguir angariar, através de donativos privados e do Banco Alimentar Contra a Fome. “Sinto-me mal. Eu tenho tanto e eles tão pouco. Durmo na cama e eles na rua. Sinto que tenho muito para partilhar com eles”, diz ela.

O ponto de encontro é o largo da Trindade. Aí, os voluntários distribuem alimentos, roupas e objectos de primeira necessidade aos mais desfavorecidos. Como forma de encorajamento, todos juntos entoam cânticos e fazem orações. “Eles são pessoas cheias de luz”, diz Teresa.

Universitários no projecto

O projecto vive do apoio da Cruz Vermelha e do Banco Alimentar Contra a Fome, mas sobretudo de ajudas de particulares.

Actualmente, a maior parte dos voluntários insere-se na faixa etária dos trinta a quarenta anos, à excepção de dois alunos da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.