O músico norte-americano Rufus Wainwright actua esta terça-feira no Coliseu dos Recreios em Lisboa. O espectáculo, marcado para as 21h30, está integrado na digressão europeia para apresentar o quinto disco de Wainwright, “Release The Stars”.

O cantautor será acompanhado pela banda e vai também interpretar alguns temas de Rufus! Rufus! Rufus! Does Judy! Judy! Judy!, espectáculo no qual Wainwright reinterpreta temas do famoso show de 1961 de Judy Garland no Carnegie Hall. Na primeira parte estarão os norte-americanos Grey Race.

Influenciado por Berlim

“Release The Stars” foi lançado em Maio deste ano e foi inteiramente produzido por Rufus Wainwright. Contou com Neil Tennant (Pet Shop Boys) na produção executiva e com Marius DeVries (director musical do filme de 2001 “Moulin Rouge!” e produtor dos albuns “Want One” e “Want Two” de Wainwright) como assistente de produção.

Nas vozes, para além de Rufus, participaram Martha Wainwright, a sua irmã, Kate McGarrigle, a sua mãe, Teddy Thompson, Joan Wasser e da actriz britânica Sian Phillips.

“Going To a Town” foi o primeiro single do álbum. Nele Wainwright mostra-se desiludido com a América, razão pela qual decidiu ir para Berlim gravar o seu disco. O músico tencionava fazer um álbum mais simples, mas a atmosfera romântica de Berlim levou-o a produzir mais um disco com a complexidade barroca que caracteriza o músico.

Outras canções como “Tiergarten” (que significa jardim zoológico, é sobre o seu presente namorado alemão), “Do I Disappoint You”, “Between My Legs”, “Sanssouci” e “Tulsa” (sobre o vocalista dos The Killers, Brandon Flowers) compõem “Release The Stars”.

Entre o indie e os topes

Rufus Wainwright editou o seu primeiro album, “Rufus Wainwright”, em 1998, mas só alcançou alguma fama a partir de “Poses” (2001). Sempre aplaudido pela crítica, lançou “Want One” (2003) e “Want Two” (2005), discos produzidos nas mesmas sessões de gravação, após a cura da dependência de metanfetaminas.

Filho de duas lendas da folk (Kate McGarrigle, das canadianas McGarrigle Sisters, e Loudon Wainwright III), o cantor sempre esteve ligado ao meio da música, com uma obsessão especial pela ópera (agora plenamente consumada, já que a Metropolitan Opera de Nova Iorque lhe encomendou uma obra).

Sempre honesto acerca da sua orientação homossexual, Rufus Wainwright alcançou sucesso na cena indie, mas sempre almejou chegar aos topes. Classificado por Elton John como “o tesouro americano ainda por descobrir”, parece estar a caminhar a passos largos para a fama: “Release The Stars” chegou ao segundo lugar nos topes britânicos e já é disco de ouro.