Depois de 17 horas em alto mar, mais precisamente a 65 quilómetros da costa, é sempre um alívio quando se vê terra. A família do mestre Zé Manel espera com ansiedade o seu regresso no interior da lota.
No alto mar com os pescadores:
Parte 1: “Se tiver que morrer no mar, morro feliz” Parte 2: O lançamento das redes Parte 3: As carícias do oceano Parte 4: Quando o mar e a terra se “juntam”
À entrada da lota uma algazarra. Zé Manel tenta encontrar a mãe e a avó, Maria Amélia, para estas verem que ele chegou são e salvo a terra.
Às mulheres cabe a tarefa de separar o peixe, pesá-lo e depois vendê-lo numa espécie de leilão que conta com a assistência de mais de 50 pessoas sentadas numa bancada onde apreciam a qualidade do pescado e dão ofertas. Enquanto isto, os homens procedem à limpeza das caixas que transportaram o pescado.
O pai de Zé Manel, o mestre José Festas, diz que os jovens hoje já não sentem o amor que se sentia antigamente pelo mar porque só tomam contacto com ele muito tardiamente.
“Aos 19 anos as pessoas não escolhem a profissão, depois ouvem os perigos do mar e com o receio desistem da ideia“, refere.