Mónica Bettencourt Dias, investigadora no Instituto Gulbenkian Ciência (IGC), foi galardoada com o prémio europeu Eppendorf sobre os estudos na área de multiplicação de células. O prémio existe desde 1995 e é atribuído a jovens cientistas europeus com menos de 35 anos como forma de reconhecimento nas investigações efectuadas na área da biomedicina.

Desde Outubro de 2006, Mónica Bettencourt Dias tem desenvolvido as suas pesquisas sobre as várias moléculas envolvidas na multiplicação das células, um processo alterado nos tumores. A cientista portuguesa já desvendou alguns segredos do centrossoma, uma estrutura que regula o esqueleto e a multiplicação das células e que está frequentemente alterada no cancro. O centrossoma é como que um centro de controlo da célula: lá se definem e saem as estradas por onde andam as moléculas.

Antes de entrar para o IGC, Mónica Bettencourt Dias esteve cinco anos como investigadora associada na Universidade de Cambridge, Reino Unido, onde iniciou este mesmo estudo.

Descobertas importantes

As recentes descobertas podem ser o caminho para novos métodos de diagnóstico e de ataque no combate ao cancro. Revistas internacionais da especialidade, como a “ Nature”, a “Science” e a “Current Biology”, já reconheceram a importância destas descobertas, dando-as a conhecer nas suas páginas.

O prémio Eppendorf foi julgado por um comité científico constituído por quatro peritos na área de biomedicina e presidido pelo director do Max Planck Institute for Molecular Cell Biology and Genetics, de Dresden, Alemanha. Pela primeira vez, este prémio é atribuído a uma cientista da Península Ibérica.

Este é já o segundo prémio que Mónica Bettencourt Dias recebe em 2007. Numa investigação em conjunto com Ana Rodrigues Martins, recebeu também o prémio Pfizer de investigação básica.

Jovem investigadora

Mónica Bettencourt Dias licenciou-se em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 1996. Rumou com destino a Londres e cinco anos mais tarde obteve doutoramento em Bioquímica e Biologia molecular, na University College London.

Pouco tempo depois, no departamento de Genética da Universidade de Cambridge, coordenou a primeira investigação sobre o modo como um grupo de moléculas regula a multiplicação de células. Os seus estudos prosseguiram em Portugal no IGC, desde Outubro de 2006.