A inauguração simultânea de mais de 20 exposições naquela que é considerada a “Soho” portuense deu o mote para a última “Festa das Artes” deste ano e foi a principal atracção da tarde e noite de sábado na rua Miguel Bombarda, no Porto. Animação de rua e músicos divertiram os transeuntes e deram vida ao recém-criado Circuito Cultural da Miguel Bombarda.

O movimento começou ao início da tarde e prolongou-se até ao início da noite. A afluência do público foi considerável e as galerias encheram-se de pessoas. Entendidos na matéria, parentes dos artistas e até crianças não hesitaram em entrar para ver as exposições e falar com os autores das obras.

Maria de Barros, uma moradora da Miguel Bombarda, considera que a rua é muito procurada, principalmente quando há iniciativas que chamam as pessoas. “Acho que esta rua adquiriu vida! Nos dias das exposições, vemos aqui gente muito engraçada, muito bonita”, afirmou.

Susana Cerro, responsável pela loja “Menáge à Quatre”, do edifício “Artes em Partes”, diz que o trânsito e o estacionamento são um problema a resolver em dias de inaugurações, mas acredita que a rua “está a encaminhar-se no bom sentido, mesmo a nível de cafés, restaurantes, locais para sair à noite. Está a transformar-se devagarinho.”

O circuito inclui a Galeria 111, que expõe litografias de Paula Rego, e passa por outras galerias com trabalhos de Fernando Lanhas, Carlos Schwartz, Francisco Laranjo, pinturas de Nikias Skapinakis, Deolinda Fonseca, Paulo Brighenti, Rui Coutinho, entre outros, fotografias e vídeo e instalação de Luísa Mota, e muitos outros trabalhos de diversos artistas. As exposições vão-se manter até ao final de Dezembro ou início de Janeiro do próximo ano.

Também o centro comercial e cultural CCBombarda, criado este ano, contou com muito movimento. Os quatro mil metros quadrados de lojas, exposições, um restaurante e um jardim receberem inúmeras pessoas.

“Cartão de visita da cidade”

De acordo com o jornal “O Primeiro de Janeiro”, Fernando Santos, o galerista que impulsionou a iniciativa, pediu à autarquia para reconhecer o evento como um “cartão de visita da cidade” e concretizar o projecto de criar um troço pedonal. Este projecto de 600 mil euros foi apresentado em 2001. No entanto, já estão agendadas mais actividades para o próximo ano.