Clientes habituais das salas desconfiam da eficácia do abaixo-assinado contra o fim do único cinema com programação regular na cidade do Porto.

A notícia do encerramento dos cinemas do Cidade do Porto está também a provocar descontentamento entre os espectadores destas salas. De acordo com o “Público”, a administração do centro comercial tem sido contactada por espectadores preocupados com o futuro dos cinemas.

Maria Eugénia e Jorge Marques, espectadores assíduos destas salas, afirmam que se estas fecharem deixarão de ir ao cinema, já que não existe mais nenhum espaço com programação de qualidade na Cidade do Porto.

Por seu lado, António Cardoso, também cliente dos cinemas do Cidade do Porto, diz que já esperava que isto acontecesse, à semelhança do que se passou com o Cinema Nun’Álvares. E mostra-se pessimista em relação à eficácia do abaixo-assinado contra o encerramento. “As pessoas não gostam do tipo de cinema que passa aqui. É o estado da nossa cultura”, critica uma das clientes dos cinemas.

Todos os espectadores entrevistados pelo JPN afirmaram que sempre que vão aos cinemas do Cidade do Porto as salas estão com lotação abaixo de metade. “12, 15 pessoas no máximo…Há excepções como o filme do Woody Allen, que esteve há pouco tempo no cinema, com 95% da lotação. Fora esses casos, as salas estão quase vazias”, salienta Jorge Marques.

O encerramento dos Cinemas tem data marcada para 3 de Janeiro, mas António Costa, representante da Medeia Filmes, disse ao “Público” que a administração do Shopping terá demonstrado abertura para adiar o prazo por “um ou dois meses”.

Se o encerramento for avante, a cidade do Porto, que viu nascer o cinema português com Aurélio da Paz dos Reis, ficará apenas com as salas de cinema do centro comercial Dolce Vita, as únicas com programação regular. Restam também as salas do Teatro do Campo Alegre e da Batalha, com projecções esporádicas e mais retrospectivas.