O CPF – Centro Português de Fotografia recebe a partir de amanhã, sábado, “Night Order” de João Leal, vencedor do prémio Pedro Miguel Frade em 2005. Leal expõe o trabalho premiado e completa assim o ciclo de exposições previstas para 2007. A mostra é uma das quatro que inauguram amanhã no CPF, onde ficam até 16 de Março de 2008.

“Night Order” é um trabalho sobre a “tentativa de redução da entropia que está inerente a um ambiente urbano”. São imagens luminosas retiradas do escuro da noite.

O objectivo inicial do trabalho era fazer um contraponto à conhecida “Noite americana”. Para quem não está familiarizado com a expressão, trata-se de uma técnica usada para conseguir uma falsa noite, ou seja, filmar noite quando ainda é dia.

“‘Night Order’ é um projecto de incentivo à contemplação”, diz João Leal

É a partir deste conceito que João Leal esboça o seu trabalho. “Em ‘Night Order’, entre outras coisas”, conta-nos o artista, “quero revelar a noite, utilizando para isso os elementos que tenho disponíveis: a câmara fotográfica e a luz que os próprios ambientes nocturnos possuem”

“Imagens simples”

No CPF, os visitantes poderão ver as séries “Afastamentos” e “Aproximações”. São imagens obtidas na Finlândia e em Portugal, onde João Leal procurou a presença e ausência de luz. O resultado são fotografias intemporais, “onde o défice de luz natural e a ausência de iluminação suplementar não impede que as imagens surjam com grande definição e clareza”.

“São imagens simples, imagens que, espero, se deixem ver, pelo menos durante tanto tempo, quanto o que demoraram a ser criadas. ‘Night Order’ é um projecto de incentivo à contemplação”, remata.

Para além de ser um trabalho premiado, “Night Order”, assume ainda outra importância na vida de João Leal: “Foi o meu primeiro trabalho de autor, pelo que se tornou só por si uma alavanca para os trabalhos seguintes. Todos os trabalhos que desenvolvi após ‘Night Order’ são as suas sequelas”.

Paralelamente ao seu trabalho de autor, João Leal é também docente no curso de Tecnologia da Comunicação Audiovisiual, no Instituto Politécnico do Porto. Contudo, é na fotografia que consegue “materializar as ideias, pensamentos e auto questionamentos”.