Um estudo da associação de Defesa do Consumidor (DECO), revela que os portugueses sentem-se menos seguros nas cidades do que há cinco anos. Segundo a análise, divulgada hoje, segunda-feira, 65% dos inquiridos sentem-se menos seguros na rua à noite do que em 2002.

Segundo o inquérito, que teve como universo as respostas de 2.400 portugueses, 40% dos inquiridos admitiu ter sido vítima de um crime nos últimos cinco anos. O estudo, realizado entre Fevereiro e Abril, que vai ser publicado na revista “Proteste” de Dezembro, foi também realizado na Espanha, Itália e Bélgica. Os resultados mais negativos surgem em Portugal.

Porto e Amadora são as menos seguras

Das 12 cidades nacionais para as quais se obtiveram respostas suficientes, Amadora, Porto, Aveiro, Almada, Santarém e Lisboa destacam-se com uma incidência de crimes superior a 27% em cada. Coimbra é a cidade com maior sensação de segurança (7,6 numa escala de 10), ao passo que Amadora, Leiria, Porto e Lisboa apresentam os piores resultados neste domínio.

A incidência de crimes em 2006 na Amadora cifrou-se nos 35,1%, enquanto no Porto foi de 31,5%. Faro e Gaia são as cidades com a taxa de crime mais baixa em Portugal.

Entre os crimes mais vezes citados estão a mala ou carteira roubadas e carros assaltados ou vandalizados.

Insatisfação com a polícia

O estudo revela também que a acção da polícia é vista com algum pessimismo pelos portugueses: mais de metade das pessoas inquiridas (60%) optam por não participar do crime de que foram alvo, por acreditarem que a denúncia não levará a lado nenhum. Os portugueses são mesmo os menos satisfeitos com os serviços prestados pela polícia aquando da apresentação da queixa.

Infra-estruturas pouco cómodas e incapacidade dos agentes para satisfazer as necessidades mais básicas, como transportar os cidadãos até casa, são os aspectos mais criticados.

No que diz respeito às medidas de prevenção, seis em cada 10 inquiridos afirmam que tentam garantir a segurança e proteger os bens em casa. Ter um cão de guarda, instalar um alarme e não abrir a porta a estranhos são as medidas mais frequentes. Cerca de 6% chegaram mesmo a mudar de bairro devido à insegurança.