Amanhã, sexta-feira, os funcionários públicos voltam à greve nacional, cerca de um ano depois do último protesto nestes moldes. A greve, convocada pela FESAP, STE e Frente Comum, é um protesto contra as negociações salariais para 2008.

Jorge Nobre dos Santos, secretário coordenador da FESAP (Frente Sindical da Administração Pública), afecta à UGT, revelou, em conferência de imprensa, que foi a atitude “intransigente” do Governo, ao iniciar as negociações salariais com uma proposta de aumento de 2,1% e ao manter a sua posição até ao fim, que levou à paralisação.

Objectivo: negociar

Além dos baixos aumentos salariais, estão também na base da greve as novas regras de aposentação e da mobilidade, entre outros aspectos da reforma da administração pública.
Nobre dos Santos espera que a adesão seja massiva, afirmando que ninguém pode ficar indiferente à situação dos trabalhadores da função pública.

“Os motivos que nos levam a esta greve são claros: têm a ver com a negociação colectiva e com a forma como tem decorrido, uma vez que o Governo tem assumido uma atitude de intransigência negocial, nomeadamente no que diz respeito a salários”, justificou o secretário coordenador da FESAP.

Já Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (UGT), disse que a intenção “é, em primeiro lugar, negociar, e, depois, chegar a acordo para que os serviços públicos sirvam melhor os portugueses. Se nada se fizer o caminho será pior para cada um de nós”. Picanço espera ainda que o Executivo reconsidere a sua proposta de aumentos salariais e volte à mesa das negociações.

Última greve foi há um ano

Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Função Pública (CGTP), referiu que o Executivo deve ficar atento, pois espera-se uma greve geral com grande adesão. “O Governo deverá tirar ilações, fazer leituras e depois apresentar propostas diferentes”, afirmou.

A greve geral da função pública, na qual são esperadas centenas de milhares de trabalhadores, vai reduzir a actividade ou levar à paralisação de escolas, hospitais, municípios, tribunais e repartições de finanças.