O vereador das Actividades Económicas da Câmara do Porto espera que a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) “não seja uma força de bloqueio” e que aprove a instalação de 13 câmaras de videovigilância na Ribeira. “Aguardamos desde 6 de Novembro que a CNPD se pronuncie” sobre o projecto, que existe desde 2005, disse Sampaio Pimentel.

Num fórum sobre segurança no Porto, esta quarta-feira, o autarca afirmou que este é um “projecto inovador e pioneiro”. Voltou a lembrar que “é um facto absolutamente indesmentível que a comissão pediu esclarecimentos em Fevereiro e que o Governo só respondeu em Novembro”, só depois de a câmara ter solicitado ao Ministério da Administração Interna informação sobre o estado do processo.

Ainda segundo o vereador, o Governo “apoiou a ideia” e, por isso, “estão reunidos os condimentos para que este projecto seja muito positivo”.

Durante o fórum, que juntou proprietários de bares, discotecas e restaurantes, o presidente da ASAE e autarcas de Porto e Gaia, foi demonstrada como seria feita a videovigilância na Ribeira (entre a ponte D. Luís I e a Igreja de S. Francisco). A tecnologia permite tapar com rectângulos cinzentos zonas privadas (como portas e janelas de casas).

Um barómetro realizado pela empresa de segurança electrónica ADT Portugal (feito com o ISEG e com a PremiValor Consulting) revelou que a maioria dos inquiridos (65%) no Grande Porto está disposta a abdicar de parte da privacidade por maior segurança. 56% dos inquiridos diz-se mais seguro com este tipo de sistemas e 81% acredita que ajudam a dissuadir actos ilícitos. Foram inquiridos 717 habitantes das áreas metropolitanas de Porto e Lisboa e da cidade de Faro.