Como já é hábito, os números de adesão à greve revelados pelo Governo não coincidem com os dos sindicatos. As estruturas sindicais referem uma adesão na ordem dos 80%, com maior incidência nas áreas da saúde, educação e justiça. Já o secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, disse que chegou apenas aos 21%.

A greve foi convocada pelos três sindicatos da Função Pública – Frente Comum, Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) e Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE). Os trabalhadores protestam contra o que dizem ser a postura “intransigente” e “prepotente” do Governo nas negociações salariais.

Segundo dados revelados pelo Ministério das Finanças, foi o sector da educação que aderiu com mais intensidade à greve, com um total de 107.585 funcionários públicos ausentes.

A saúde foi o segundo sector mais afectado, com 12.844 funcionários em greve num total de 50.355. O sindicato dos Trabalhadores Judiciais afirma que nenhum tribunal nacional registou uma adesão inferior aos 75%.

A greve foi aplaudida pelo líder do PCP, Jerónimo de Sousa, e pelo presidente da Região Autónoma da Madeira, Alberto João Jardim.

A última greve convocada pela Função Pública ocorreu a 9 e 10 de Novembro de 2006, em protesto pelo aumento salarial de 1,5% anunciado pelo Governo, quando a inflação prevista da altura era de 2,1%.