O Plano de Acção da Energia para a região Norte, em fase de elaboração, foi hoje, sexta-feira, divulgado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), no âmbito da iniciativa “Agendas Temáticas Prioritárias” .

O presidente da CCDR-N, Carlos Lages, disse, em conferência de imprensa, que a prioridade dada à energia provém da “vontade inequívoca de que a região Norte seja reconhecida como líder na abordagem da problemática energética, pelo nível de aproveitamento de recursos endógenos e de poupança”.

De acordo com o presidente da Agência de Energia do Porto, Eduardo Oliveira Fernandes, o Norte é “uma região de luxo” no que diz respeito à energia: 45% da electricidade tem origem renovável. “Mas podíamos estar muito melhor”, acrescenta. “A região tem potencialidade que muitas vezes não brilham”.

Aposta na tecnologia

Um dos principais objectivos do Plano de Acção de Energia, que entra em andamento no primeiro trimestre do próximo ano, passa pela obtenção de uma maior eficiência energética, nomeadamente “em redes de equipamentos públicos de âmbito local”.

Agência de Energia do Porto quer reduzir emissões

Também hoje foi conhecida a estratégia da Agência de Energia do Porto (AdEP), que passa pela colocação da cidade entre as urbes europeias mais próximas dos padrões da sustentabilidade urbana. A AdEP quer ver reduzidas em 33% as emissões de CO2 para a atmosfera. O Plano de Actividades e de Orçamento para 2008 prevê a instalação de 500 metros quadrados de painéis solares de aquecimento de águas sanitárias; a elaboração de um conjunto de regras para a reabilitação urbana da Baixa; e realização de guias de termos de referência energético-ambientais.

A aposta em tecnologia e em experiências de valorização do potencial energético são também metas do projecto. Oliveira Fernandes salientou que “existe uma grande incompetência tecnológica a nível energético”.

A exploração sustentável de recursos endógenos e a criação de uma cultura de desempenho e eficiência serão, de acordo com o plano, factores decisivos na consecução de uma melhor procura, energia e ambiente.

“Temos que actuar a nível de ordenamento de território, transportes e construção”, disse Carlos Lage. Garante, contudo, que sem educação e consciencialização do cidadão, não poderão haver melhorias.

A abordagem do CCDR-N vai ao encontro da Estratégia da Comissão Europeia para 2020 e da Estratégia Nacional para a Energia. Um diagnóstico nacional dos recursos energéticos revela uma dependência externa de 85%. O estudo mostra ainda que 60% da electricidade é de origem fóssil e que 60% da energia é perdida.