A Biblioteca Aberta do Ensino Superior (BAES) teve hoje, segunda-feira, o seu primeiro dia de vida. A apresentação da iniciativa, na Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, assinalou a data em que se comemora o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

Após um ano de implementação do projecto, coordenado pela Universidade do Porto, a BAES está pronta a funcionar. “Partilha, colaboração e cooperação” são linhas orientadoras do projecto.

A “redução do fosso entre informação disponível e informação acessível” é um dos principais objectivos da BAES apontados por Alice Ribeiro, coordenadora do projecto. A BAES é uma infra-estrutura de pesquisa on-line que pretende melhorar o acesso à informação para estudantes do ensino superior com necessidades educativas especiais, através da leitura em formatos alternativos (áudio, braille e digital).

Nove instituições

As obras disponíveis foram escolhidas de acordo com os pedidos dos estudantes das diferentes universidades. Com um acervo de cinco anos, pertencente a cinco instituições nacionais do ensino superior, a BAES conta já com três mil títulos nos diferentes formatos, que estarão acessíveis a estudantes de nove instituições.

De acordo com Alice Ribeiro, a biblioteca vem ainda sensibilizar a comunidade para diferentes necessidades de acesso. “Temos que encarar estas necessidades não como uma deficiência, mas como uma diferença”, disse.

“Sincronia de saberes”

O projecto, que custou meio milhão de euros e foi financiado pelo POS – Conhecimento, resultou de uma “sincronia de saberes e instituições”. “Informáticos, bibliotecários e técnicos dos serviços de apoio viviam de costas viradas. Foi necessário promover o diálogo interno”, o que constituiu uma das grandes dificuldades, contou Alice Ribeiro.

Neste momento, todos podem aceder ao registo da informação, mas apenas os estudantes autenticados têm acesso aos textos integrais. No futuro, a BAES pretende abrir-se a novos parceiros e a novos formatos.