Jardim Gonçalves, fundador do maior banco privado português, o BCP, apresentou ontem, terça-feira, a sua demissão do cargo de presidente do conselho de administração. Depois de 22 anos à frente da instituição que revolucionou a banca de retalho português, Jardim Gonçalves acaba o seu mandato envolto em polémica.

A demissão vem da consequência da nomeação de Paulo Teixeira Pinto, para o cargo de presidente do Conselho de Administração, que veio provocar divisões dentro do grupo BCP, pois muitos contavam que Filipe Pinhal fosse o sucessor.

A renúncia ao cargo só terá efeito a partir de 31 de Dezembro, iniciando assim o BCP uma vida nova em 2008, mesmo que envolta de grande tensão. A saída de Jardim Gonçalves não pacificará o grupo, visto que se pode iniciar o confronto de duas listas na próxima assembleia geral (entre 15 e 20 de Janeiro). Uma das listas é encabeçada por Filipe Pinhal, que agrega os accionistas alinhados com Jardim Gonçalves; a segunda lista é liderada por Joe Berardo.

O fundador do BCP afirmou, em comunicado, que a sua saída deve-se “as divergências ocorridas” que “fomentaram conjecturas e especulação sobre o verdadeiro interesse colectivo dos accionistas do Millenium BCP, mantendo-se constante a percepção de uma forte incerteza.” “É tempo de pôr fim à incerteza e marcar um rumo bem definido”, disse.