A situação do Zimbabué abriu a ronda de conversações ao contrário do esperado. A chanceler alemã, Angela Merkel preferiu mostrar o seu apoio ao país africano em vez de iniciar uma conversa sobre parcerias económicas, como se esperava. “Estamos disponíveis para ajudar a criar um Zimbabwe democrático e próspero”.

Os restantes dirigentes europeus apoiaram Angela Merkel. O anfitrião da cimeira, José Sócrates, defendeu uma resposta enérgica ao problema. “Não nos resignamos ao que está a acontecer. É preciso uma resposta rápida”. O presidente do Conselho Europeu afirmou ainda que a responsabilidade neste tema passa por todos. “Os direitos humanos são um património universal que nos compete preservar e defender”.

O Sudão também mereceu a atenção dos líderes presentes. O presidente francês defendeu a união por parte dos líderes europeus quanto ao caso. ”Não pode haver divergências sobre os massacres no Sudão”, declarou Nicolas Sarkozy.

A discussão com o Presidente do Sudão, Al-bashir, demonstrou não só união mas sobretudo frontalidade por parte da Europa. O secretário dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, João Cravinho, revelou que a reunião decorreu numa “linguagem diplomática muito franca”. Em causa está o envio de uma força armada composta por 20 mil homens para a zona de Darfur.

Ainda aconteceram encontros bilaterais à margem da cimeira. Sarkozy e Zapatero foram exemplo disso, ao reforçarem a cooperação policial no combate ao terrorismo da ETA. Portugal também previa assinar um acordo sobre agricultura e energia com Moçambique mas a decisão ficou adiada.

A Cimeira UE/África decorreu este fim-de-semana no Parque das Nações, em Lisboa. O evento foi considerado por José Sócrates “um sucesso”.