A cimeira entre União Europeia e África terminou domingo, após dois dias de conversações, no Parque das Nações, em Lisboa. Ambos os continentes definiram uma “estratégia conjunta”, com oito planos de acção a cumprir até 2010, data do próximo encontro. As áreas abrangidas são a paz e a segurança, a democracia e os Direitos do Homem, o comércio e a integração regional, a energia e as migrações.
O presidente da União Europeia, José Sócrates, considera que cumpriu todos os objectivos propostos. “Adoptámos uma estratégia conjunta e os mecanismos para a sua implementação”, disse.
Sócrates considera mesmo que este encontro constitui uma data histórica. “Qualquer que seja o ponto de vista pelo qual analisemos esta cimeira, ela foi, sem dúvida, uma cimeira histórica. -MiConstitui um marco nas relações entre União Europeia e África. Haverá um antes e um depois da reunião de Lisboa”, afirmou.
Um dos factores de sucesso da cimeira para o primeiro-ministro português reside no facto desta cimeira ter dado “voz a todos”. Sócrates realça ainda o número de participantes no evento lisboeta.
Acordos comerciais causam dissonância
Também o presidente da União Africana, John Kufuor, considerou também esta cimeira “um êxito”. O representante africano destaca o “impacto” que a cimeira “certamente terá no futuro”. Para Kufuor, a origem do sucesso reside “no empenho e na vontade dos dois continentes”.
Estas opiniões não são, no entanto, unânimes. Várias vozes em África denunciaram pressões para assinar acordos comerciais. O presidente senegalês, Abdoulaye Wade, disse, em nome da “maioria dos Estados Africanos”, que os seus parceiros rejeitaram os contratos e encerrou o assunto, referindo que “não falariam mais nisso”.
A próxima cimeira EU/África está marcada para 2010. O presidente líbio Khadafi já apresentou a sua candidatura à organização do evento.