O que o leva a fazer peças para públicos mais adultos, como “Jesus Cristo Superstar”, e outras para crianças, como “O Principezinho”?

Aprende-se a gostar de teatro quando se é jovem. Esse menino que eu fui, que fazia teatro numa caixa de sapatos, é esse menino que me obriga a fazer teatro para os outros meninos. Ainda há bocado estava ali a desenhar as caras dos miúdos nos programas. Tenho um enorme prazer, porque acho que isso é que é a chave.

É a chave, por exemplo, dos ingleses. Eles começam a gostar e a ir ao teatro logo de pequeninos. Um povo que gosta de si próprio gosta de teatro. Porque o teatro é sempre a história de um povo. Mesmo que eu faça peças estrangeiras como o “Jesus Cristo Superstar”, é um “Jesus Cristo Superstar” português, muito diferente do inglês.

Até quando vai continuar a fazer teatro?

Desde que eu tenha saúde, até ser velhinho. Até eu ir, com certeza, fazer peças para o pé do S. Pedro.

Pretende, então, viver o resto da sua vida ligado ao teatro?

É a minha paixão. Eu não viveria, eu morreria, se não pudesse fazer teatro. É a minha vida. E a vida só se vive com paixão.