O Laboratório de Planeamento da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) apresentou, esta quarta-feira, o programa estratégico de desenvolvimento da segunda fase do metro do Porto.

O estudo encomendado pela Metro do Porto à FEUP propõe quatro ligações novas e o prolongamento da linha amarela entre a estação terminal de Laborim e o núcleo habitacional de Vila d’ Este.

O debate ficou marcado pela ausência do presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, e pela intervenção do director do Gabinete de Planeamento e Controlo de Gestão da Metro, Joaquim Carmona, que contestou as conclusões do estudo.

A configuração final da rede proposta apresenta uma maior densidade de linhas. Se o projecto for para a frente, 41% das mais de 900 mil pessoas que residem na área metropolitana do Porto passarão a estar servidas pelo metro, contra os actuais 22%. Quanto aos postos de trabalho, 63% terão uma estação a menos de 500 metros, superando os actuais 39%.

A expansão, de 41 quilómetros, custaria 1,5 mil milhões de euros, o triplo dos custos de expansão já acordados pela Metro do Porto com o Governo.

Projecto em análise

O projecto da FEUP está em análise. Só depois deste período é que a administração da Metro “tomará uma decisão política”, esclareceu o presidente da Metro, Valentim Loureiro.

O memorando com o estudo da segunda fase do Metro do Porto será apresentado em Janeiro de 2008 e carece da aprovação e financiamento do Governo. “A Metro não pode fazer 10 metros de linha sem autorização do Governo”, afirmou.

Só a linha de Gondomar e a extensão da linha amarela entre Laborim e Vila d’Este foram lançadas a concurso, em Setembro, e serão executadas no próximo ano.

“Repositório de competências”

No debate, o presidente executivo da Metro do Porto, Oliveira Marques, salientou a importância da parceria com a Faculdade de Engenharia. Em conjunto, empresa e faculdade criaram um “repositório de competências”, disse.

Em relação às necessidades de expansão da área metropolitana do Porto, Oliveira Marques defende que “o metro deve plantar-se onde estiverem os pólos de habitação, serviços e empregos.”

Paulo Pinho, coordenador geral do trabalho, acredita que o estudo reúne “evidências para justificar a expansão do metro. Há espaço e oportunidade”.

O objectivo do estudo é desenhar uma rede que abranja novos territórios e que potencie a intermodalidade do metro. Para Paulo Pinho, “a área metropolitana do Porto será mais coesa, competitiva e sustentável, gerando no futuro menores emissões de carbono”.