Dinamizar o centro histórico do Porto e criar um pólo de criatividade e inovação para os jovens criadores. São estes os principais objectivos da futuro Palácio das Artes – Fábrica de Talentos, um projecto da Fundação da Juventude que reabilitará o Edifício Douro (ver caixa). As obras iniciaram começaram no início deste mês e têm final previsto para Outubro de 2008.

Um edifício com história

O Edifício Douro é o que resta do Mosteiro de S. Domingos, fundado em 1238, o mais antigo edifício do Porto. Albergou a delegação portuense do Banco de Portugal, foi a primeira contrastaria da cidade do Porto, espaço de reuniões plenárias da Assembleia Municipal, pólo de encontro de mercadores (principalmente venezianos, florentinos e napolitanos), que expunham os seus preciosos produtos. Depois de um incêndio em 1832, deu lugar ao Banco de Portugal e mais tarde à agora extinta Companhia de Seguros Douro.

A restauração do Edifício Douro, em pleno centro histórico do Porto, numa altura em que a reabilitação da Baixa portuense está na ordem do dia, é uma das bases do projecto. O edifício será o espaço físico destinado à Fábrica de Talentos, uma “ponte entre a formação escolar e o mercado de trabalho”.

De acordo com a coordenadora do projecto, Ana Carvalho, “o Palácio das Artes vai apoiar os jovens nas várias fases da cadeia de valor de uma obra. Para além da fase criativa, iremos apoiar também a fase de produção e distribuição”.

Criar um espaço de criação, formação, discussão, experimentação e exposição de trabalho de jovens criadores são as bases daquele que vai ser o Palácio das Artes.

Áreas de intervenção

Vai actuar em diversas áreas como o cinema, arquitectura, literatura, design, publicidade, novas tecnologias e multimédia. Vai também apoiar as artes visuais em geral, como a pintura, escultura e artes performativas.

“No início estava mais vocacionado para a joalharia. Estava pensado para ser um ninho de empresas”, conta Ana Carvalho. “Depois fez-se um estudo de mercado junto de jovens criadores e alargou-se o espaço de intervenção”. A coordenadora acrescenta que outro dos objectivos será “trabalhar formas de alargar o mercado de trabalho aos jovens criadores”.