Frederico Ferreira, licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes do Porto, é o escultor responsável pela concepção das máscaras da digressão Sound in Light da banda portuguesa Blasted Mechanism.

A oportunidade de colaborar no projecto surgiu de “um acaso do destino”. O mentor do grupo, Valdjiu, telefonou-lhe por engano para o telemóvel e partir daí criaram uma “relação muito frutuosa”.

“Os Blasted Mechanism já possuíam ilustrações da sua nova imagem realizados pelo ilustrador Ricardo Venâncio. A partir dessas imagens, realizei a concepção plástica dos fatos, tendo tentado dar plasticidade e vida a uma estética que curiosamente tem muito a ver com o meu imaginário”, conta.

Frederico Ferreira, 30 anos, vive e trabalha no Porto. Lecciona Desenho e Figura Humana no curso de Design de Moda e é professor de Design Básico no Citex. Colabora na galeria Exteril, onde, este sábado, teve 15 minutos para montar, apresentar e desmontar um projecto, integrado no evento “15′ de fama“.

Da engenharia para a arte

“A ligação às artes surgiu duma maneira muito natural”, diz Frederico Ferreira. Optou pela área artística no último ano do ensino secundário. Até aí, o percurso académico esteve associado à engenharia, nomeadamente mecânica, que lhe proporcionou conhecimentos que transparecem no seu trabalho actual.

A aprendizagem real e a afirmação como artista no meio começaram fora da faculdade. “Aprendi tudo. Aprendi a importância de vivermos abertos para recebermos o mundo e ficarmos agradecidos por isso”, refere.

Em 2004, o estilista Pedro Mourão convidou Frederico para desenvolver “uma série de esculturas autónomas que se relacionassem conceptualmente com a sua colecção”. “Forward Skin” foi o conceito desta cooperação na 22ª e 23ª edição da Moda Lisboa. “Aborda a criação de uma pele tecnológica, uma hiperderme, funcionando como uma extensão do corpo”, afirma.

A colecção “Interfaces”, exposta em 2005 na VPF Cream Arte, em Lisboa, explora os “meios electrónicos de comunicação como elementos que condicionam o nosso relacionamento enquanto seres humanos”.

Esta “motivação de reflectir sobre a capacidade de potenciação que os instrumentos tecnológicos nos permite está”, também, presente na peça “The Possibility of Death at Your Own Fingertips”: dois revólveres fundem-se num volante de automóvel.