A Cimeira de Bali precisou de mais um dia além do previsto para chegar a conclusões concretas. As conversações prolongaram-se pela madrugada de sábado e foi só na tarde desse dia que os 190 ministros aprovaram um roteiro de discussões para o clima, com o objectivo de chegarem a um acordo substituto do Protocolo de Quioto, que finda em 2012.

O ponto mais alto da conferência foram as divergências entre União Europeia (UE) e Estados Unidos (EUA). A UE já tinha apresentado um plano combate às alterações climáticas, antes do início da Cimeira de Bali. Por outro lado, os EUA mostraram-se relutantes em aceitar as reduções obrigatórias de gases de efeito estufa (GEE) até 2020.

O Nobel da Paz Al Gore participou nos trabalhos juntamente com o também laureado Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC). Al Gore referiu que estamos “numa crise planetária” e que é necessário começar a agir o mais rápido possível.

No final das conversações, os EUA ainda se opuseram a uma das medidas do acordo, mas, isolados, acabaram por voltar atrás.

Com um final conturbado, a Cimeira de Bali estabeleceu um roteiro de discussões para as alterações climáticas que deve terminar em 2009, altura em que será estabelecido um novo acordo, substituto no Protocolo de Quioto.

Reduções de GEE e combate à deflorestação

O roteiro de discussões propõe várias metas a serem cumpridas pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Os países desenvolvidos deverão estabelecer metas de redução, que devem levar em conta a realidade de cada país. Para os países em desenvolvimento serão estudadas propostas de redução, ao mesmo tempo que serão dados apoios financeiros e tecnológicos, para medidas ligadas à implementação de energias renováveis, por exemplo.

Outras das medidas importantes é o combate à deflorestação e a protecção das florestas. Durante a conferência, a organização não governamental WWF (Fundo Mundial para a Natureza) divulgou um estudo em que prevê que a floresta amazónica, um dos “pulmões” do planeta, poderá ser reduzida pela metade até 2030.

Também será discutido o actual Protocolo de Quioto, que não inclue os EUA. Novas reduções serão estipuladas para os países signatários do Tradado.

Os trabalhos vão começar o mais cedo possível e a primeira reunião está marcada para Março ou Abril.