O Governo e algumas autarquias estão a tentar criar incentivos que levem os jovens a encarar a paternidade com maior optimismo.
Algumas das medidas já foram anunciadas pelo executivo governamental, que promete criar mais incentivos à natalidade até 2009, altura em que se realizam as próximas eleições legislativas.
O abono de família começará a ser pago a partir do terceiro mês da gravidez e não apenas a partir do nascimento do bebé. Para incentivar os pais a terem mais que um filho foi ainda criado um novo incentivo, que passa por dobrar o abono a partir do nascimento do segundo filho.
Mesmo assim, estas medidas parecem insuficientes e não convencem Ana Aroso, obstetra, que considera que estas são medidas redutoras e que não abrangem uma grande parte das famílias – as menos pobres e que “têm maiores objectivos profissionais”, por tendência aquelas que controlam mais a natalidade.
Também os homens são visados pelas medidas do Governo. O pai começa a ter mais tempo para acompanhar os primeiros dias de vida da criança e para dividir a licença de paternidade com a mãe. Ainda assim, comparar o tempo de licença de maternidade em Portugal com esse mesmo tempo em grande parte dos outros países europeus deixa a nu o longo caminho que os portugueses ainda têm que percorrer.
Um pouco por todo o país, começam a aparecer vários municípios que propõem a oferta de subsídios e condições especiais aos casais jovens que se fixem e levem em frente o desafio da natalidade no concelho. Uma medida que apareceu, primeiramente, nos concelhos de Óbidos e Ourém, mas que tem ganho adeptos, especialmente no interior do país.
Ana Aroso não tem dúvidas de que esse é um desafio interessante para os mais jovens, mas diz que têm que ser criadas condições – aquelas “que já ninguém prescinde: uma boa escola, um bom hospital, um bom emprego” – para que os casais se possam fixar com total conforto em concelhos mais pequenos.