Uma equipa da Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, vai visitar a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) com o objectivo de avaliar as condições para o lançamento de projectos de formação e investigação conjuntos. A avaliação “no terreno” deve acontecer esta terça-feira, depois de ter estado prevista para segunda-feira e sido adiada por motivos de saúde de membros da delegação de Harvard.

É o primeiro sinal mais evidente da parceria entre o Estado português e Harvard, lançada em Abril de 2007, tendo em vista a criação de um consórcio que envolva a universidade norte-americana e as escolas de saúde e laboratórios associados portugueses. A delegação vai analisar a articulação entre a faculdade e o Hospital de S. João e reunir com alunos de doutoramento.

“Num futuro próximo, o combate para ganhar financiamento vai ser feito a nível europeu”, afirma ao JPN o director da FMUP, Agostinho Marques. A partir de 2012, as candidaturas ao financiamento de projectos científicos deixam de ser submetidas à Fundação para a Ciência e a Tecnologia, mas antes a uma entidade europeia.

A competição passará a ser muito mais apertada: actualmente, um projecto de investigação europeu pode custar 500 mil euros, enquanto que em Portugal raras vezes chega aos 50 mil, ilustra Agostinho Marques, que salienta que a entrada de Harvard (melhor universidade do mundo, segundo o “Times Higher Education Supplement”) num consórcio que junte várias instituições portuguesas pode ser um “factor de credibilidade”.

Para além de consórcios, a ligação a Harvard pode resultar num curso de doutoramento nacional, com o contributo de várias universidades. O director da FMUP refere que Portugal, apesar da sua dimensão, tem prestígio internacional em áreas como o cancro, as neurociências e as doenças cardiovasculares.

A colaboração com Harvard quer dar maior “dimensão” aos projectos de investigação portugueses para que o país possa competir no mercado global, conclui.