Veja a Lello em 360º

Fachada da Livraria Lello

A centenária Livraria Lello, no Porto, é a terceira mais bela do mundo, segundo uma lista publicada na semana passada pelo jornal inglês “The Guardian”, que a rotula de “divina”.

No topo da lista, elaborada pelo crítico Sean Dodson, ficou uma antiga igreja de Maastricht, Holanda, transformada em livraria. No segundo lugar encontra-se a El Ateneo, Buenos Aires, um antigo teatro.

Depois de saber que a Lello é uma referência a nível mundial, Antero Braga, proprietário, diz sentir “uma enorme satisfação, uma enorme responsabilidade” e promete continuar a trabalhar para que a livraria seja vista como um ponto de referência a nível cultural. O terceiro lugar sabe “a pouco” a Antero Braga, que salienta que esta é a primeira livraria “de raiz” na lista do “The Guardian”.

Se, por um lado, se sente orgulhoso, por outro, o proprietário sente “alguma tristeza” em constatar que, por vezes, os estrangeiros sabem mais das riquezas que se podem encontrar no nosso país. “Os portugueses têm de estimular o ego e amar mais as suas coisas”, diz.

Para isso, Antero Braga mantém a actividade com objectivos bem definidos: “Vender o meu país, o meu Porto e a minha cultura”.

Notícia em Portugal e no Brasil

Situada na Rua das Carmelitas, a livraria Lello & Irmão foi inaugurada a 13 de Janeiro de 1906. A obra, projectada por Xavier Esteves, distinto engenheiro da época, é de estilo neogótico e estende-se por dois andares, mantendo a traça original. Mal se entra, a atenção é captada pela escadaria circular que leva ao segundo andar e pelas enormes estantes iluminadas pela luz da clarabóia.

A abertura da Livraria Lello provocou grande sensação na imprensa da época. Foi motivo de destaque em jornais como “O Primeiro de Janeiro”, “Jornal de Notícias” ou o “O Comércio do Porto”, entre outros portuenses, e também nos jornais de Lisboa, como “Diário de Notícias” e “O Século”. No Brasil, o acontecimento foi noticiado em jornais do Rio de Janeiro e São Paulo.

1.200 visitas diárias

As estantes espalhadas pelos dois andares albergam mais de 120 mil títulos diferentes, traduzidos em várias línguas, a pensar nos turistas. Por dia, a livraria recebe cerca de 1.200 visitas, incluindo escolas.

Graças ao público internacional, a Lello não apresenta quebra de vendas ao longo de todo o ano. Antero Braga diz que as visitas “continuam ao ritmo normal. É evidente que subiram por causa das notícias, mas, francamente, o que é preciso é que haja uma permanência das visitas dos portugueses, porque esta casa a eles pertence”.