O I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde é resultado de uma “ambição nova” no sistema científico português e é um “belíssimo sinal” dados às restantes instituições das vantagens de estabelecer consórcios, afirmou, segunda-feira, o primeiro-ministro, José Sócrates, na cerimónia de formalização do “superinstituto” do Porto.
Sócrates associou a criação do I3S ao “movimento” na ciência portuguesa gerado pelo investimento público. “Este ano vamos ter pela primeira vez um orçamento público dedicado à ciência que é 1% da riqueza produzida em Portugal”, disse. “Não é um movimento episódico, veio para ficar”.
Ciência é o sector “mais internacionalizado do país”, diz Gago
O I3S resulta da ligação entre os institutos de Biologia Molecular (IBMC), de Patologia e Imunologia Molecular (IPATIMUP) e de Engenharia Biomédica (INEB) e com parceiros como a Câmara do Porto e a Comissão de Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), onde foi assinado o contrato de consórcio. Envolve mais de 250 doutorados, perto de 250 alunos de pós-graduação e um número total de colaboradores superior a 700.
“Novas oportunidades”
Para o ministro da Ciência, Mariano Gago, o I3S “marca e simboliza o crescimento” da ciência em Portugal – o sector “mais internacionalizado do país” – e gera dimensão para competir mundialmente. “A ciência avançada não pode ser local e muito menos paroquial. Não me espantava que este consórcio muito rapidamente possa incorporar instituições que não são do Porto”, afirmou.
Recordou que o IBMC, IPATIMUP e INEB nasceram “há 20 anos” numa atitude semelhante, a partir da junção de “uma proliferação de centros de investigação nesta área”. Mas frisou que a “arquitectura institucional [do I3S] deve abrir novas oportunidades, e não apenas baralhar e dar de novo”, num contexto científico que é cada vez mais “multidisciplinar”.
Biomedicina e saúde
O I3S vai desenvolver estudos integrados nos domínios da biomedicina e da saúde, aproveitando as competências dos três institutos em áreas como a genética, imunologia, neurociências, evolução, biologia estrutural e bioengenharia.
O consórcio será presidido por Alberto Amaral, antigo reitor da Universidade do Porto, e procura um local para se instalar, que deverá ter 27 mil metros.quadrados.
Entre os objectivos do I3S, elencados por Alexandre Quintanilha, director do IMBC, estão o estudo da etiologia das doenças e disfunções, esclarecer os mecanismos genéticos evolutivos e ambientais envolvidos nelas (são vários factores, daí a importância da partilha de saberes) e desenvolver estratégias de prevenção, tratamento e renegeração.
As doenças degenerativas, metabólicas e infecciosas e o cancro são prioridades do I3S, que pode ser o primeiro passo para uma fusão dos três institutos.