O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, vai conhecer esta quarta-feira os resultados do relatório final sobre a guerra contra o Líbano.

Olmert foi acusado, em Abril, pelo juiz Eliyahu Winograd, de “falhas severas” e de decisões precipitadas no início da guerra contra o Hezbollah, no Líbano, em 2006. Amir Peretz, ministro da Defesa, e Dan Halutz, chefe das Forças Armadas na altura da guerra, foram também acusados, tendo acabado por se demitir no ano passado.

O relatório centra-se, essencialmente, nos últimos dias da guerra, quando Israel fez uma ofensiva terrestre no sul do Líbano, estando já previsto um acordo de cessar-fogo, que se realizaria 60 horas depois. Esta operação vitimou 33 soldados.

Vários cenários

“Demitir-se, continuar no cargo e lutar contra os esforços para a sua demissão, ou adiar e deixar o assunto cair no esquecimento” serão as opções de Olmert, segundo Shumel Sandler, cientista político da Universidade de Bar-Ilan, citado na Bloomberg.

Ehud Barak, líder do Partido Trabalhista, considera que, caso as conclusões do relatório sejam desfavoráveis a Olmert, o primeiro-ministro deve ser substituído.

Na Rádio Israel, o comentador político Hanan Crystal afirmou que é preciso que Barak dê o primeiro passo. Barak, que diz que agirá segundo os interesses do Estado de Israel, pode forçar eleições antecipadas. Basta retirar os 19 deputados trabalhistas do Parlamento para pôr termo à maioria do governo de coligação de Olmert.

A ofensiva de Israel contra o Líbano iniciou-se em Julho de 2006, motivada pela morte de oito soldados israelitas e o rapto de outros dois pelo Hezbollah. A ofensiva aérea e terrestre causou 1.200 mortos, na grande maioria civis.