Um grupo de cidadãos lançou no passado sábado uma petição contra a eventual demolição do Mercado do Bolhão, tendo reunido no próprio dia cerca de mil assinaturas. Criada à margem de uma manifestação que juntou comerciantes e populares, a petição (que pode ser assinada na Net e nas bancas do mercado) apela à “reabilitação” e contesta a “demolição” do histórico edifício do centro da cidade.

Classificando a atribuição da reabilitação do mercado a uma empresa holandesa, a TramCroNe, como um “acto de puro mercantilismo” que vai “dar lugar a mais um centro comercial”, a petição, que vai ser entregue na Assembleia da República, procura impedir a demolição do edifício e sujeitar a discussão pública todo o processo de renovação do Bolhão.

Segundo explicou ao JPN um dos envolvidos no lançamento da petição, Joaquim Filipe do Movimento Estudantil conta a Demolição do Bolhão, impõe-se como “prioritário” que se impeça “o processo que a Câmara do Porto está a desenvolver”, para que depois se possam discutir alternativas para o mercado.

Encarando o edifício como “património da cidade, que agrega um conjunto de pessoas que são os comerciantes”, Joaquim Filipe rejeita que se transforme o Bolhão num “shopping“, um acto que classifica de “especulação imobiliária”.

O movimento está a estudar outras formas de acção, que incluem um recurso aos tribunais para parar o processo de reabilitação já em curso.