As pessoas que fazem do hip-hop o seu estilo de vida vêem o futuro da cultura sobre diferentes pontos de vista.

Lee7 partilha a ideia do MC (vocalista) americano Nas, que lançou recentemente o álbum “Hip Hop is Dead”. Para a bailarina, o hip-hop vai seguir a vertente comercial. “Vão sugá-lo, vão destruí-lo, vão deturpá-lo, vão destituí-lo de tudo o que ele representa, e vai morrer. Mas fica sempre a resistência”, diz.

Por sua vez, a MC Dama Bete considera que “no futuro vai ser como agora. Vai haver os grupos bons, que vão conseguir passar uma boa mensagem” e músicos como “50 Cent, Snoop Dogg, que não vão dizer praticamente nada, mas que as pessoas vão gostar pelo ritmo, pelos instrumentais mais cativantes”.

New Max diz que no futuro “tem que haver uma mudança, talvez não no hip-hop, mas na maneira como se fazem as músicas, na parte de produção”. “Isto está um bocado cansativo a nível geral. Já se mastiga tudo”, reflecte. Para o produtor e cantor dos Expensive Soul, “é preciso criar algo novo e isso brevemente vai aparecer”.

Regresso à old school

Chico, MC dos Mundo Secreto, pensa que “o hip-hop vai saturar e voltar ao que era há uns tempos atrás. Vai voltar ao old school. E isso já se vê, por exemplo, no breakdance“. “A música e as modas são um ciclo”, conclui.

Presto, MC dos Mind da Gap, partilha da mesma ideia. O hip-hop “vai andar um bocadinho para trás, o que pode não ser muito mau, porque pode ser que haja menos expectativas comerciais em relação à música”, vaticina.

Rui Miguel Abreu, jornalista e um dos donos da editora Loop, pensa que o hip-hop português “vai atingir um pico de popularidade que ainda não atingiu”. E prevê um “futuro brilhante” para o género.