O Enbrel é um fármaco destinado a doentes com artrite reumatóide, que deve ser distribuido gratuitamente nas farmácias hospitalares mediante a apresentação de receita médica. Contudo, alguns hospitais do país têm negado o Enbrel aos doentes, apesar do despacho emitido pelo Ministério da Saúde em Outubro.

Após as informações que surgiram sobre a recusa do medicamento da parte das farmácias dos hospitais, o JPN falou com Maura Couto, médica interna de reumatologia.

De acordo com a clínica do Hospital Universitário de Coimbra (HUC), “os doentes que tomam o Enbrel geralmente têm uma actividade muito elevada da doença que não se consegue tratar com os fármacos tradicionais”. Maura Couto salienta ainda que, para os pacientes em fase activa da doença, a ausência do Enbrel pode provocar “danos cumulativos a longo prazo“.

A médica do HUC não garante que o Enbrel seja infalível, até porque se trata de “um medicamento recente e com alguns efeitos adversos”. Admite que “há fármacos muito menos agressivos usados no tratamento da artrite reumatóide”, mas reitera que para os doentes a quem está indicado é um ” fármaco fundamental“.

Actualmente, os fármacos que podem substituir o Enbrel não se encontram ainda comparticipados pelo Estado.

Artrite Reumatóide afecta 40 mil portugueses

A doença resulta de uma inflamação crónica, de causa desconhecida, “provocada por anticorpos que reagem contra o organismo e afectam particularmente as articulações”, explica Maura Couto.

Os primeiros sintomas da artrite reumatóide são as dores, o rubor e inchaço das articulações e, numa fase posterior, “a destruição das articulações através das erosões ósseas“, como descreve a médica.

Em Portugal existem cerca de 40 mil pessoas que todos os dias estão inibidas de fazer gestos tão simples com abrir uma porta, segurar numa caneta ou mesmo calçar uns sapatos.